Liberdade ou Escravidão?
Atualizado: 26 de dez. de 2020
Há uma questão que paira nos pensamentos humanos. Esta questão surge quando estamos bem, vivendo a graça de Deus, quando tudo corre em uma simplicidade do viver em Deus. Despertam subitamente nossos desejos e nos deparamos com a colocação: Será que eu estou me tornando um escravo? Por que não posso fazer aquilo que quero, pois sou livre, não mais um escravo...
Deus, desde os primórdios, nos garante o primeiro e mais importante direito: A Liberdade. A liberdade nos foi dada através do livre arbítrio e esta é a imagem plena do amor Dele para conosco, pois o amor que obriga o outro a amá-lo, não é amor, mas posse coberta de vaidade e orgulho.
Muitos falam: “Se Deus nos ama, porque deixa acontecer tantas tragédias?”. Ou, "Por que as coisas de Deus são entediantes, são tão chatas... Por que Ele nos dá regras e leis para seguir?". Mas onde está o amor de cada um destes? Amam a Deus ou só esperam uma troca? Agem como escolhidos sem ao menos conhecer o seu próprio Deus, terminando por escolher aquilo que não faz parte dos planos de Deus para nós...
Na época de Jesus não era diferente. Muitos acorriam a Jesus, mas poucos eram os que enxergavam, ouviam e proclamavam a boa nova. Muitos eram simplesmente curiosos, agnósticos e interesseiros. Brigavam até pelos lugares. Corriam até ele porque outros o faziam, mas não sabiam onde estavam ou porque estavam lá, verdadeiramente.
Para demonstrar a cegueira do povo de Deus, vamos voltar um pouco mais para trás no tempo, quando constatamos uma curiosidade: Jeremias, que viveu entre 655 a 586 A.C., relata um fato – O povo de Israel ainda estava contaminado por Baal! Lembremos então que o povo de Deus já havia passado, em seu caminho para Terra Prometida, por uma grande prova de fé, quando Elias, quatrocentos anos antes, no Monte Carmelo, enfrenta um grupo de quatrocentos e cinquenta profetas de Baal. O povo havia se desviado do caminho e não conhecia mais seu Deus, Aquele que os retirou do Egito e os fez passar a pés enxutos no Mar Vermelho. Ali, Elias era a representação de que a fé e a esperança andam unidas. Ele era a minoria que era esmagada, submetida a escárnios por sua escolha, perseguida à morte. E, inspirado por Deus ele se lança num desafio para mostrar quem era o verdadeiro Deus e, como devia ser, sai vitorioso ao glorificar o nome do Senhor, que atendeu seu pedido, caindo fogo do céu sobre a sua oferta. (não deixe de ler em 1 Reis 18)
Então, porque depois de tanto tempo o povo ainda estava contaminado? É simples a resposta: O povo quer seus próprios interesses, quer suas vontades realizadas a qualquer custo.
O livre arbítrio nos permite escolher caminhos, mas Deus é onipresente, onisciente e único. Ele conhece o coração arrependido e, sua misericórdia é sem fim. Sua misericórdia é tanta que Ele nos abre os braços para nos acolher diante do real arrependimento e conversão. E também fará isto se assim Ele quiser, com qualquer um, a qualquer tempo e a qualquer situação. Sua inteligência e conhecimento são insondáveis a tal ponto de não entendermos muitas das suas ações.
Portanto, quando rezamos o Pai Nosso, que tenhamos cada vez mais ciência da parte que nos diz “venha a nós o Vosso reino e seja feita a Tua vontade, assim na terra, como no céu”.
Nos entregarmos a Deus não nos priva, não nos escraviza, mas aumenta o plano de liberdade, pois somos pequenos, nosso mundo é limitado.
Queremos fazer o melhor, mas não deixamos absorver os benefícios do amor. Não deixamos nosso coração sorver o que realmente é importante. Não permitimos que nossos olhos enxerguem além dos fatos, emoções, sentimentos, instantes e coisas.
Busquemos o Senhor e não ouçamos os homens, pois não há neles salvação, somente em Deus. O que os homens podem nos dar são coisas de momento, são como poços de água que se esvaziam e não conseguem reter as águas. Busquemos Aquele que é fonte eterna de água viva e nos deixemos esvaziar de nós mesmos para que assim caiba muito mais Dele em nós.