3 males da alma que nos afastam do Céu
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Ao contrário das virtudes que nos ajudam a progredir, os vícios e os maus hábitos nos impedem de amar a Deus. Aqui estão três que nos afastam do Céu
Às vezes nos sentimos tristes, entediados e apáticos. Nada ao nosso redor tem importância para nós. As pessoas próximas a nós nos dão conselhos sobre como resolver nosso problema e os “influencers” de vida prometem acabar com nossos males. No entanto, eles se esquecem do mais importante: concentrar-se no fato de que os seres humanos também estão sob ataque porque negligenciam sua dimensão espiritual.
No livro-entrevista com o padre Marco Pozza, capelão da prisão de Pádua (Itália), Vícios e virtudes, o Papa Francisco afirma que, embora existam “pessoas virtuosas e pessoas viciosas, a maioria de nós é uma mistura de virtudes e vícios”. “Alguns são dotados de uma virtude, mas têm uma fraqueza. Porque todos nós somos vulneráveis”, explica ele. Ele está se referindo aos vícios que, ao contrário das virtudes, nos impedem de amar a Deus. E entre eles estão a apatia, a acídia e a preguiça. Embora seus significados sejam semelhantes, há certas diferenças. Mas todos os três acabam levando ao pecado de maneiras diferentes. Veja a seguir como lidar com elas e se livrar delas.
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APATIA
“A indiferença descuida ou recusa a consideração da caridade divina; desconhece-lhe o cuidado preveniente e nega-lhe a força”. (CIC 2094)
“A indiferença mata”, porque basicamente expressa “desinteresse pela vida”, declarou o Papa Francisco em 17 de outubro de 2018 durante uma audiência geral. A pessoa que é atacada pela indiferença sofre de imobilidade espiritual para agir em favor de si mesma ou dos outros, bem como para se comunicar de alguma forma com Deus, porque simplesmente não está interessada. Isso pode ser combatido pela caridade, como o Papa frequentemente propõe.
Por sua vez, o filósofo Jean-Jacques Wunenburger escreve em L’indifférence, faiblesse et force (ed. Autres Temps): “Resgatar-nos da má indiferença exige que também nos sintamos envolvidos pela única fonte de amor que nunca vem somente de nós. Para nós, a indiferença também pode significar dar um passo à frente de Deus para receber sua infinita caridade”.
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ACÉDIA
O Catecismo da Igreja Católica também menciona a acédia, “outra tentação à qual a presunção abre a porta”.
“Os Padres espirituais entendem por ela uma forma de depressão devida ao relaxamento da ascese, à diminuição da vigilância, à negligência do coração. «O espírito está decidido, mas a carne é fraca» (Mt 26, 41). Quanto de mais alto se cai, mais magoado se fica. O desânimo doloroso é o reverso da presunção. Quem é humilde não se admira da sua miséria; ela leva-o a ter mais confiança e a manter-se firme na constância.” (CIC 2733)
Acédia é o equivalente em português da palavra grega akèdia, que é composta de duas partes: o primeiro “a”, alfa em grego, que é privação, portanto, “falta de”; e kèdos, que significa “cuidado”. Como Dom Jean-Charles Nault aponta em Aleteia, “para os filósofos gregos (mesmo antes do período cristão), essa falta de cuidado era originalmente a falta de cuidado com os mortos, ou seja, a incapacidade de enterrar os próprios mortos. Na era cristã, isso adquiriu um novo significado: ainda era uma falta de cuidado – porque é isso que a palavra significa – mas era uma falta de cuidado com a vida espiritual, uma falta de cuidado com a salvação: não estar mais preocupado com a vida espiritual ou com a salvação.
Portanto, trata-se de uma questão de falta de fé e da dificuldade de orar ou perseverar para evitar tentações. O padre do deserto Evagrius Ponticus dá cinco remédios para curar o “demônio do meio-dia”: choro, um estilo de vida saudável, escrever, pensar sobre a morte e se manter firme a todo custo.
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PREGUIÇA
A preguiça é um dos pecados capitais, que gera outros pecados (CIC 1866). Como prova, o Catecismo da Igreja Católica considera acédia e preguiça como sinônimos:
“A acédia ou preguiça espiritual chega a recusar a alegria que vem de Deus e a aborrecer o bem divino..” (CIC 2094)
O antídoto para a preguiça é a perseverança. São Jerônimo aconselha: “Viva de tal maneira que o demônio sempre o encontre ocupado”. Como o Padre Michel Martin-Prével nos lembra, “São Tomás de Aquino observa que a perseverança, que se baseia na razão e na vontade, é mais forte do que a constância, que tem duração mais curta, pois luta contra a própria duração. Ela é a base da fidelidade por um momento ou por toda a vida, como no matrimônio ou na vida consagrada. Aqueles que perseveram em sua fé em Deus são chamados de fiéis”.
Combatendo os vícios com as virtudes
Esses três males são mais comuns do que podemos imaginar. Quantas pessoas se perdem em meio à vida cotidiana e deixam o cuidado de suas almas para depois? O risco é perdermos nossa proximidade com Deus e com os outros. É por isso que é importante combater esses vícios praticando as virtudes, especialmente a caridade, que envolve o cultivo do relacionamento com o Senhor por meio da oração, dos sacramentos, da leitura piedosa, da meditação e das obras de misericórdia. Dessa forma, será possível fortalecer a vontade e agir com perseverança para alcançar a santidade e, assim, o Céu.
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