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Sérgio Fadul - Padre Paulo Ricardo

Comemoração dos Fiéis Defuntos


O Dia de Finados, além de nos dar uma ótima oportunidade para rezarmos com especial fervor pelas almas de nossos parentes e amigos falecidos, é também uma excelente ocasião para renovarmos a fé numa realidade hoje um pouco esquecida e negligenciada: o Purgatório.


Atestada já nas catacumbas dos primeiros séculos, a oração pelos cristãos defuntos, uma constante em toda a história da Igreja, lança raízes na necessidade de, após esta vida, nos purificarmos para entrar no Reino dos Céus. Se é verdade, pois, que muitos fiéis, devido à perfeição no amor com que viveram, encontram as portas do Céu já abertas e à sua espera, é também verdade, por outro lado, que boa parte dos que se salvam tem de preparar-se para ver Nosso Senhor face a face.


E é nas nossas preces e orações que estas almas felizes e ansiosas encontram seu maior auxílio e consolo; é, sim, por meio de nossa suplica constante e confiada que Deus, no mistério de sua Providência, lhes encurta o tempo de purgação e as conduz definitivamente à glória do seu Reino.


Por isso, a Igreja, como depositária e dispensadora dos frutos da Redenção, abre hoje maternalmente os seus santos tesouros e oferece a todos os fiéis a possibilidade de lucrarem, em favor das almas do Purgatório, uma indulgência plenária. Tudo o que devemos fazer é ir a um cemitério de nossa escolha e lá, com fé e devoção, rezar pelos defuntos.


Feito isso, a Igreja, para melhor prover ao nosso bem espiritual e ao crescimento de nossa fé, exige que, no espaço de uma semana (isto é, até o dia 8 de novembro), recorramos à confissão sacramental, comunguemos e rezemos nas intenções do Sumo Pontífice.


Estas três condições podem ser preenchidas em dias diversos e em qualquer ordem. Essa indulgência plenária, lembremo-nos, é aplicável somente à alma do Purgatório pela qual rezarmos; se essa alma (Deus o queira!) já houver ido para o Céu, Nosso Senhor, em sua infinita bondade e sabedoria, aplicará a indulgência à alma que desejar. Aproveitemos essa semana para ajudarmos os nossos irmãos que, mortos na fé, esperam com alegria e avidez indescritíveis ir, enfim, para o seio do Pai!



MARTIROLÓGIO ROMANO

02/11


1. Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, na qual a Igreja, Mãe piedosa, depois da sua solicitude em celebrar com os devidos louvores todos os seus filhos que se alegram no Céu, quer interceder diante de Deus pelas almas de todos os que nos precederam marcados com o sinal da fé e agora dormem na esperança da ressurreição, bem como por todos os defuntos desde o princípio do mundo cuja fé só Deus conhece, a fim de que, purificados de toda a mancha do pecado, sejam associados aos cidadãos celestes, para poderem gozar da visão da felicidade eterna.

2. Comemoração de São Vitorino, bispo de Poetóvio, na Panónia, hoje Ptuj, na Eslovénia, que redigiu muitos escritos para explicar os livros da Sagrada Escritura e foi coroado com o martírio na perseguição do imperador Diocleciano.

(† c. 303)


3. Em Trieste, na Ístria, atualmente na Itália, São Justo, mártir.

(† c. s. IV)


4. Em Sebaste, na Arménia, hoje Sivas, na Turquia, os santos Cartério, Estiríaco, Tobias, Eudóxio, Agápio e companheiros, mártires, que, sendo soldados no tempo do imperador Licínio, segundo a tradição, foram lançados às chamas por perseverarem na fé de Cristo.

(† c. 320)


5. Na antiga Pérsia, os santos Acindino, Pegásio, Aftónio, Elpidíforo, Anempodisto e numerosos companheiros, mártires, que, segundo a tradição, padeceram no tempo do rei Sapor II.

(† s. IV)


6. Em Vienne, cidade da Gália Lionense, hoje na França, São Donino, bispo, que se dedicou à obra da redenção dos cativos.

(† c. 538)


7. Comemoração de São Marciano, eremita, que, nascido em Ciro, se retirou para o deserto na Calcedónia, na actual Turquia, onde vivia num estreitíssimo casebre, não se alimentando senão à tarde com uma pequena quantidade de pão e água, mas antepondo ao jejum o amor fraterno.

(† s. IV f.)


8. No mosteiro de Agaune, entre os Helvécios, hoje Saint-Maurice-en-Valais, na Suíça, Santo Ambrósio, abade, que, tendo sido o superior do mosteiro de Île-Barbe, perto de Lião, foi transferido para esta sede em virtude da sua insigne observância religiosa, onde estabeleceu a prática da laus perennis, de modo que houvesse sempre monges cantando no coro os louvores de Deus.

(† c. 520)


9. Junto a uma fonte situada em Holywell, localidade do País de Gales, Santa Vinfreda, virgem, que é venerada como monja insigne.

(† c. s. VII)


10. Em Vienne, cidade da Borgonha, na hodierna França, São Jorge, bispo.

(† c. 670)


11. No mosteiro de Claraval, também na Borgonha, o sepultamento de São Malaquias, bispo de Down e Connor, na Irlanda, que renovou a vida da sua Igreja e, neste mosteiro, quando se dirigia a Roma, entregou o seu espírito ao Senhor na presença do abade São Bernardo.

(† 1148)


12*. Em Mortagne, cidade da Normandia, na França, a Beata Margarida de Lorena, que era duquesa de Alençon e, ao ficar viúva, abraçou a vida religiosa no mosteiro das Clarissas, que ela tinha fundado.

(† 1521)


13*. Em Andover, no condado de Hampshire, na Inglaterra, o Beato João Bodey, mártir, que, sendo mestre-escola, por não aceitar a autoridade da rainha Isabel I em assuntos espirituais, foi enforcado e esquartejado.

(† 1583)


14*. Em Casale, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Pio de São Luís (Luís Campidélli), religioso da Congregação da Paixão, que, ainda jovem, tendo sido vítima de uma grave enfermidade, se conformou plenamente com a vontade divina.

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