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Sérgio Fadul / Cruz Terra Santa

Santa Inês


Santa Inês tem o nome originário do grego e significa pura. Inês nasceu em Roma, no ano 304. Era de família nobre, descendente da família Cláudia. Desde pequena foi educada na fé cristã. Foi cuidada por uma Aia, uma babá. Desde criança demonstrou personalidade forte e decidiu consagrar sua pureza para Deus.


Vida de Santa Inês


Com apenas 13 anos já era cheia de pretendentes, por causa de sua beleza. Inês foi cobiçada por sua beleza e riqueza por um jovem romano chamado Fúlvio, que era filho de Simprônio, o prefeito de Roma. Fúlvio fez o pedido de casamento formal à família. Inês, porém, não aceitou por causa de sua consagração a Deus.


Fúlvio, indignado, denunciou Inês como cristã. E era tempo de perseguição contra os cristãos. Por isso, Inês foi presa, e após um julgamento forjado, foi condenada a vários castigos. Os pais de Santa Inês nada puderam fazer em seu favor, pois o prefeito de Roma era superior a eles.


Santa Inês, castigada pelos homens e defendida por Deus

Assim, sem poder contar com o socorro de seus pais, queriam obrigar Inês a manter aceso o fogo da deusa romana do lar e do fogo chamada Vesta, no templo dedica à deusa. O castigo era uma maneira de obrigar Inês renunciar à sua fé.


Mas Inês recusou-se e disse ao prefeito: Se recusei seu filho que é homem, como pode pensar que eu aceite prestar honras a uma estátua? Meu esposo não é desta terra (Jesus Cristo). Sou jovem, é verdade, mas a fé não se mede pelos anos e sim pelas obras. Deus mede a alma, não a idade. Quanto aos deuses, podem até ficar furiosos, que eu não os temo. Meu Deus é amor.


O prefeito, irado, condenou Inês a uma pena pior: ser exposta nua num prostíbulo do circo Agnolo, em Roma, para que todos os homens a vissem. Inês pediu proteção a Deus. Então, uma luz celestial a protegeu, de forma que ninguém conseguiu se aproximar dela. Em seguida seus cabelos cresceram rápido e protegeram seu corpo.


Milagres de Santa Inês


O primeiro homem que tentou agarrar Inês nua no prostíbulo ficou cego por causa da luz que a protegia. Ao ver o homem cego, porém, Santa Inês rezou por ele, perdoou e ele pode ver novamente, convertendo-se. O homem passou a ver não uma jovem nua, mas uma filha de Deus, da qual emanava o amor de Deus, que equilibra e coloca as paixões humanas em seu devido lugar.


Não obstante esse milagre, outro homem tentou violentá-la. Dessa vez, porém, um anjo do Senhor o matou. Santa Inês, mais uma vez, ficou com pena e orou a Deus. O homem ressuscitou. Por causa desses acontecimentos, no local onde foi esse prostíbulo, hoje se ergue a Basílica de Santa Inês em Roma.


Torturas a pequena Santa Inês


Simprônio, o prefeito de Roma, ao ver tudo isso, teve medo e passou o caso da jovem Inês para o vice prefeito chamado Aspásio. Este era ainda mais cruel e mandou queimá-la. Porém as chamas nada fizeram a ela e sim aos os soldados que estavam em volta.


Depois disso, Santa Inês passou por vários castigos sob as ordens de Aspásio. Foi acorrentada e esticada na roda de tortura, mas nada a afetava. Inês, por sua vez, perseverava louvando a Jesus e nunca cedendo a nenhuma pressão.


Morte de Santa Inês


Por fim, Aspasio, mandou cortar sua cabeça. Assim, com apenas 13 anos, ela foi morta. Foi em 21 de janeiro do ano 317. Por causa da data da sua morte, a festa de Santa Inês é realizada no dia 21 de janeiro, que celebra o dia do seu nascimento no céu.


Consolo para os pais da santa


Oito dias depois de sua morte, seus pais estavam desconsolados rezando em seu túmulo. Então Santa Inês apareceu a eles para consolá-los. Ela estava cercada por várias jovens virgens e anjos, segurando um cordeirinho e um lírio. Ela relatou sua felicidade a seus pais que, desse momento em diante, viveram felizes em Roma e perseveraram na fé.


Comprovação arqueológica


Havia um crânio no tesouro de relíquias do Sancta Sanctorum da Basílica de Latrão, em Roma, que há séculos era guardado como sendo de Santa Inês. Recentemente foram realizados exames forenses sobre este crânio e foi comprovado que se trata realmente do crânio de uma menina de 13 anos. Hoje, o crânio de Santa Inês está na Igreja de Santa Inês em Agonia (Sant'Agnese in Agone), localizada na Praça Navona, em Roma.


Imagem de Santa Inês


Nas imagens de Santa Inês, ela é representada frequentemente com um cordeiro nos braços, símbolo de Jesus, o Cordeiro de Deus, e também porque seu nome vem do latim agnus (cordeiro). Ela também segura um lírio, símbolo da pureza.


O pálio dos Bispos


Todos os anos, os padres da Basílica de Santa Inês levam dois cordeiros para o Papa abençoar. Os cordeiros depois são tosquiados e sua lã é levada para fazer os pálios, 2 tiras de lã branca, que são usados na liturgia pelos Arcebispos da Igreja Católica. O pálio é um símbolo que lhes confere o poder da jurisdição. Santa Inês é cantada na ladainha de Todos os Santos. Santa Inês é Padroeira da Pureza e da castidade, é também a padroeira dos noivos.


Oração a Santa Inês


Ó dulcíssimo Senhor Jesus Cristo, fonte de todas as virtudes, amigo das almas virginais, vencedor fortíssimo das ciladas dos poderosos, severíssimo extirpador de todos os vícios, lançai propício vosso olhar para a minha fraqueza, e pela intercessão de Vossa Santíssima Mãe, a Virgem Maria e de Santa Inês, concedei o auxilio de vossa divina graça.


Santa Inês, rogai por nós!



MARTIROLÓGIO ROMANO

21/01


1. Memória de Santa Inês, virgem e mártir, que, ainda jovem, deu em Roma o supremo testemunho da fé e consagrou com o martírio o fulgor da castidade. De fato, venceu a tenra idade e o tirano, conquistou profunda admiração entre os gentios e mereceu a glória ainda maior junto de Deus. Neste dia celebra-se a sepultura do seu corpo.

(† s. III-IV in.)


2. Comemoração de São Públio, bispo de Atenas, que deu testemunho de Cristo com o martírio.

(† s. II)


3. Em Tarragona, na Hispânia Citerior, a paixão dos santos mártires Frutuoso, bispo, Augúrio e Eulógio, seus diáconos, que, no tempo dos imperadores Valeriano e Galieno, depois da sua profissão de fé perante o procurador Emiliano, foram conduzidos ao anfiteatro, onde o bispo proferiu com voz clara para os cristãos presentes uma oração pela paz da Igreja, sendo todos em seguida lançados às chamas e, rezando de joelhos, consumaram o martírio.

(† 259)


4. Em Troyes, na Gália Lionense, atualmente na França, São Pátroclo, mártir.

(† c. s. III)


5. Em Pavia, na Ligúria, atualmente na Lombardia, região da Itália, Santo Epifânio, bispo, que, durante a invasão dos bárbaros, trabalhou incansavelmente pela reconciliação dos povos, pela redenção dos cativos, bem como pela reconstrução da cidade destruída.

(† 496)


6. Nos montes próximos do lago de Zurique, na atual Suíça, São Meinrado, presbítero, que, levando primeiro vida cenobítica e depois eremítica, foi morto por salteadores.

(† c. 861)


7*. No monte Mercúrio, na Lucânia, na atual Basilicata, região da Itália, São Zacarias, chamado Angélico, mestre de vida cenobítica.

(† c. 950)


8*. Em Londres, na Inglaterra, os beatos Eduardo Stransham e Nicolau Wheeler, presbíteros e mártires, que, no reinado de Isabel I, foram condenados à morte por serem sacerdotes, sofrendo o martírio na praça de Tyburn.

(† 1586)


9. Em Londres, na Inglaterra, Santo Albano Roe, da Ordem de São Bento, e Tomás Green, presbíteros e mártires, que, no reinado de Carlos I, depois de dezessete anos no cárcere, o primeiro, e catorze anos, o segundo, já anciãos foram suspensos ao mesmo tempo no patíbulo de Tyburn.

(† 1642)


10*. No mosteiro de Beniganim, no território de Valência, na Espanha, a beata Josefa Maria de Santa Inês, virgem da Ordem dos Descalços de Santo Agostinho.

(† 1696)


11*. Em Laval, na França, os beatos presbíteros João Baptista Turpin du Cornier e treze companheiros[1], mártires, que, durante a Revolução Francesa, foram decapitados na guilhotina por causa da sua firme fidelidade à Igreja católica.

[1] Os seus nomes são: beatos João Baptista Triquerie, da Ordem dos Frades Menores; João Maria Gallot, José Pellé, Renato Luís Ambroise, Julião Francisco Morvin de la Gérardière, Francisco Duchesne, Tiago André, André Duliou, Luís Gastineau, Francisco Migoret Lambardière, Julião Moulé, Agostinho Manuel Philippot, Pedro Tomás.

(† 1794)


12. No território de Daegu, na Coreia, São João Yi Yun-il, mártir, que, sendo pai de família, agricultor e catequista, superou o espancamento e a fratura dos membros, permaneceu firme na fé cristã e aceitou com serenidade o martírio ao ser decapitado, como última vítima da grande perseguição desencadeada nesta nação.

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