Santo Hermenegildo
Origens
Hermenegildo era filho de Leovigildo, poderoso rei dos visigodos. Leovigildo era impiedoso, dominador e conquistador. Famoso por exterminar seus inimigos e todos aqueles que se interpusessem em seu caminho. Acabava com a cultura e a fé das regiões que conquistava, impondo sua própria fé e cultura, como forma de dominação. Hermenegildo e seu irmão Recaredo foram educados nesse sistema.
Arianismo
Leovigildo e sua família eram adeptos do arianismo, uma doutrina considerada herege pela Igreja Católica. Segundo o arianismo, Jesus não é Deus, não é uma pessoa divina, mas apenas um ser humano, uma criatura iluminada. O arianismo nega o dogma da Santíssima Trindade, verdade que nos foi revelada pelo próprio Jesus Cristo nos Evangelhos. Por essas divergências, os adeptos do arianismo estavam em luta constante com os católicos.
Enviado para dominar a Espanha
Hermenegildo foi nomeado príncipe de Sevilha e seu irmão, príncipe de Toledo. Hermenegildo tinha apenas quinze anos quando foi para Sevilha e seu irmão era ainda mais novo. Por motivos políticos, Hermenegildo casou-se com uma princesa francesa chamada Ingonda. A princípio, este casamento reunia interesses meramente políticos. Porém, ele iria mudar radicalmente a vida do príncipe Hermenegildo.
Conversão
Ingonda era católica praticante e pessoa de profunda oração. Aos poucos, seu comportamento, seu amor, doçura e bondade de coração tocaram o coração de Hermegildo. Além disso, ela explicava passagens dos Evangelhos a Hermegildo com tanta convicção e fé, que ele acabou abandonando o arianismo e se convertendo ao Catolicismo. Justo ele, que tinha sido enviado para dominar e dobrar os católicos de Sevilha e obriga-los a renderem-se ao arianismo.
Enfrenta a ira do pai
Ao saber da conversão do filho, o rei Leovigildo ameaçou deserda-lo se ele não abandonasse a fé católica. Hermenegildo, porém, não se dobrou. Ele tinha tido um encontro pessoal com Jesus Cristo e agora sabia, em seu coração, que Jesus era Deus. Por isso ele respondeu ao pai por carta que ficou conservada ao longo dos séculos. Ele disse: "Nada me custa renunciar à coroa terrestre, se já tenho garantida a celeste".Irado, o pai foi pessoalmente cumprir suas ameaças.
Martírio
Leovigildo chegou a Sevilha liderando um grande exército, pronto para invadir a cidade. O filho não ofereceu resistência. Então, o pai prendeu-o e mandou que fosse torturado, nas esperança de que tal sofrimento faria Santo Hermegildo renegar o catolicismo. O castigo, porém, foi em vão. O pai mandou que um bispo ariano forcasse o filho forcasse o filho a comungar, segundo o arianismo. Santo Hermenegildo recusou-se afirmando que “nesta eucaristia ariana” Verdadeiro Deus, consubstancial ao Pai não está presente. Para o pai, esta foi a gota d’água. Leovigildo ordenou que Santo Hermegildo fosse decapitado. Era o dia 13 de abril do ano 585.
Conversão do pai
Pouco tempo depois, o rei Leovigildo começou a sofrer grande remorso por ter matado o próprio filho. Este remorso o levou a repensar sua posição quanto ao catolicismo. Quando se deu a chance de conhecer um pouco melhor a fé católica, compreendeu seu erro, arrependeu-se e se converteu, levando à fé todo o seu reino. Com este fato, a Igreja espanhola penetrou numa era de paz. Mil anos depois, em 1586, Sixto V, papa, instituiu a festa de Santo Hermenegildo no dia 13 de abril e proclamou-o padroeiro da Espanha.
Oração a Santo Hermenegildo
“Ó Deus, que destes a Santo Hermegildo a graça do conhecimento da fé católica em tal profundidade que o converteu, dai também a nós a graça deste conhecimento profundo, que torna nossa fé inabalável e vencedora em todas as situações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito santo, amém. Santo Hermenegildo, rogai por nós.”
MARTIROLÓGIO ROMANO
13/04
1. São Martinho I, papa e mártir, que condenou a heresia dos monotelistas no Sínodo de Latrão; e quando o exarca Calíopa, por ordem do imperador Contante II, invadiu violentamente a Basílica Lateranense, foi arrancado da sua sede e conduzido a Constantinopla, onde ficou prisioneiro sob fortíssima vigilância; finalmente, relegado para Quersoneso, passados cerca de dois anos alcançou o fim das tribulações e a coroa eterna.
(† 656)
2. Em Pérgamo, na província da Ásia, na hodierna Turquia, os santos mártires Carpo, bispo de Tiatira, Pápilo, diácono, Agatónica, irmã de Pápilo, e muitos outros, que pela confissão da fé receberam a coroa do martírio.
(† s. II)
3. Em Ravena, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, Santo Urso, bispo, que transferiu a sede episcopal de Classe para esta cidade, dedicou a igreja catedral no dia da Páscoa com o título de Santa Anastásia e no mesmo dia, alguns anos depois, também ele partiu para a glória da ressurreição.
(† c. 425)
4. Em Tarragona, na Hispânia, Santo Hermenegildo, mártir, que, sendo filho do rei ariano Leovigildo, se converteu à fé católica por obra do bispo São Leandro; metido no cárcere por se ter rebelado contra a vontade do pai e recusar-se a receber a comunhão das mãos de um bispo ariano no dia da solenidade da Páscoa, por ordem do próprio pai, morreu ao fio da espada.
(† 586)
5*. No mosteiro de Santa Maria da Capela, junto de Wast, no território de Boulogne, na França, a Beata Ida, que, ficando viúva de Eustáquio, conde de Boulogne, se notabilizou pela liberalidade para com os pobres e pelo zelo pelo decoro da casa de Deus.
(† 1113)
6*. Em Saint David, no País de Gales, São Carádoco, presbítero e eremita, que deixou o palácio real, onde tocava harpa, ao ver como ali se amavam mais os cães do que os homens, e procurou a orientação do abade Teliavo para se colocar ao serviço de Deus.
(† 1124)
7*. No mosteiro cisterciense de Roosendaal, no Brabante, na atual Holanda, a Beata Ida, virgem, que sofreu muitos maus tratos do pai antes de entrar na vida religiosa e pela austeridade da sua vida imitou em seu corpo a paixão de Cristo.
(† c. 1290)
8*. No mosteiro de Fonte Avellana, na Úmbria, região da Itália, o Beato Albertino, eremita e prior de uma comunidade de eremitas, que preferiu a solidão às honras e colaborou na conciliação de cidades em conflito.
(† 1294)
9*. Em Città di Castello, também na Úmbria, Santa Margarida, virgem das Irmãs da Penitência de São Domingos, que, tendo nascido cega, disforme e rejeitada pelos seus pais, confiou sempre de todo o coração no nome de Jesus.
(† 1320)
10*. Em Rochester, na Inglaterra, os beatos Francisco Dickenson e Milo Gerard, presbíteros e mártires, que, regressando do Colégio dos Ingleses de Reims à sua pátria, para exercer clandestinamente o ministério sacerdotal, no reinado de Isabel I foram suspensos da forca e submetidos a outros cruéis suplícios.
(† 1590)
11*. Em York, na Inglaterra, os beatos João Lockwood e Eduardo Catherick, presbíteros e mártires no reinado de Carlos I, o primeiro dos quais, com oitenta e quatro anos de idade e já por duas vezes condenado à morte por causa do sacerdócio, quis subir ao patíbulo à frente do jovem e atemorizado companheiro, para o incitar ao glorioso martírio.
(† 1642)
12*. Na ilha da Reunião, no Oceano Índico, o Beato Escubílio (João Bernardo Rousseau), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, que ensinou incansavelmente as crianças e deu ajuda aos pobres e esperança aos escravos.
(† 1867)
13*. Em Totoclan, povoação do território de Guadalajara, no México, São Sabas Reyes, presbítero e mártir, que durante a perseguição mexicana morreu por Cristo Sacerdote e Rei universal.
(† 1927)
14♦. Em Lecco, cidade da Lombardia, na Itália, o Beato Serafim Morazzone, presbítero da diocese de Como.
(† 1822)
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