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Foto do escritorSérgio Fadul / Vatican.va

São Francisco Caracciolo



“Sangue precioso do meu Jesus, vós sois meu! Convosco e por meio de vós espero salvar-me. Meus sacerdotes, esforcem-se de celebrar a Missa, todos os dias, e inebriar-se com este Sangue!".

Não foi por acaso que Francisco Caracciolo era chamado o "Santo da Eucaristia": seu amor por Jesus, Pão da vida, brotou muito cedo, como também sua vocação, quando ainda vivia com sua família nobre e rica em Vila Santa Maria, perto de Chieti. O amor que ele sentia por Nossa Senhora não era menos importante, tanto que, em sua honra, costumava usar o hábito do Carmo, quando criança, além de rezar o terço e jejuar todos os sábados.


Uma doença "iluminadora"


Aos 22 anos, Ascânio foi acometido por uma forma maligna de elefantíase, que desfigurou todo o seu corpo. Por isso, prometeu renunciar, para sempre, às riquezas terrenas em troca da sua cura. E foi atendido.

Dois anos depois, foi ordenado sacerdote. Ficou conhecido por algumas supostas curas, entre os doentes dos hospitais, onde exercia seu ministério, bem como nas prisões. Vivia sempre entre os últimos, a ponto de pedir para fazer parte da Companhia dos Brancos, que, em Nápoles, prestava serviço aos condenados à morte e prisioneiros junto ao hospital dos Incuráveis. Transcorria o ano de 1588.


Fundador ... por engano


Certo dia, Ascânio recebeu uma missiva de um nobre genovês, Agostino Adorno, e do abade de Santa Maria Maior, em Nápoles, Fabrício Caracciolo. Na verdade, a missiva era endereçada a um religioso, da sua Congregação, que tinha seu mesmo nome. Por engano, a carta foi entregue a ele, que a recebeu como sinal da Providência.

Graças a este descuido, Ascânio se reuniu, com os dois personagens acima mencionados, no mosteiro dos Camáldulos, onde elaborou as Constituições de um novo Instituto, do qual foi cofundador. Ele foi o autor da proposta de acrescentar aos três votos de pobreza, castidade e obediência, um quarto voto, com o qual se comprometia a rejeitar todo e qualquer cargo eclesiástico. Quando o novo Instituto foi aprovado, Ascânio recebeu o nome de Francesco.


A difícil relação com a Espanha


Em 1589, Francisco Caracciolo partiu para a Espanha, junto com Adorno, para expandir seu novo Instituto. Mas, sua viagem foi uma falência. Após um ano, voltaram para casa: Francisco ficou doente e Adorno faleceu.

Em 1591, Francisco foi eleito Prepósito geral perpétuo, cargo que teve que aceitar para cumprir o voto de obediência. Porém, não mudou seu modo de viver a penitência, o jejum e nem seu costume de fazer os trabalhos mais humildes.

Três anos depois, Francisco voltou à Espanha, mas, em Madri, o rei Filipe II ameaçou de fechar o hospital italiano, onde prestava assistência aos enfermos.

Somente em 1601, sendo eleito Mestre de noviços, conseguiu abrir uma Casa, em Valladolid. Ali, demonstrou uma grande capacidade de discernimento entre os jovens, prevendo, para alguns, a vocação para a vida religiosa e, para outros, até a apostasia.

Em 1607, finalmente, foi dispensado de todos os cargos, dedicando-se apenas à oração.


"Caçador de almas", "pai dos pobres", mas também "homem de bronze"


Estes eram os três apelidos com os quais Francisco era conhecido, que refletem, perfeitamente, os três votos do seu ministério. No entanto, jamais deixou de visitar os enfermos e assistir aos moribundos. No hospital, dedicou-se, com muito zelo, aos trabalhos mais humildes, como arrumar as camas, limpar os quartos, remendar as roupas dos pacientes. Além do mais, estava sempre disposto a fazer coleta de esmolas, para providenciar a educação das meninas; levava tudo o que tinha aos pobres, até mesmo tirando o pão da sua boca para dar aos necessitados; jejuava sempre e dava as roupas usadas dos confrades aos que precisavam. Enfim, foi um incansável confessor, ensinava o catecismo às crianças, organizava as obras de caridade e pregava as verdades eternas aos fiéis.


Amor a Jesus Eucarístico


Francisco queria o melhor para os outros, mas nada para si: escolhia sempre os quartos apertados, dormia e comia muito pouco; além disso, fazia obras de penitência, a ponto de se cingir com o cilício nas festas e em suas longas viagens a pé.


Mas, sobretudo, promovia o culto da Eucaristia, estabelecendo que os estudantes da Ordem se revezassem para a Adoração ao Santíssimo Sacramento. A propósito, nunca se cansava de exortar os sacerdotes à prática de expor o Santíssimo Sacramento, todo primeiro domingo do mês.

Durante a sua peregrinação à Santa Casa de Loreto, foi para o céu, em 4 de junho de 1608, depois de invocar os Santos Miguel, José e Francisco de Assis.

São Francisco Caracciolo foi canonizado por Pio VII, em 1807.



MARTIROLÓGIO ROMANO

04/06


1. Em Savária, na Panónia, hoje Szombathly, na Hungria, a paixão de São Quirino, bispo de Siszeck, na Ilíria, e mártir, que, no tempo do imperador Galério, por causa da sua fé em Cristo, foi lançado ao rio com uma grande pedra ligada ao pescoço.

(† 309)


2. Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Metrófanes, bispo de Bizâncio, que consagrou a Deus a Nova Roma.

(† 325)


3. Em Milevi, na Numídia, atualmente na Argélia, a comemoração de Santo Optato, bispo, que, nos seus escritos contra a heresia donatista, afirmou a universalidade da Igreja e a necessidade intrínseca da unidade dos cristãos.

(† s. IV)


4*. Na Cornualha, região da atual Grã-Bretanha, São Petroco de Gales, abade.

(† s. VI)


5*. Em Servigliano, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, São Gualter, abade do mosteiro deste lugar.

(† s. VIII)


6*. Na ilha da Sardenha, região da Itália, os santos Nicolau e Trano, eremitas.

(† a. s. XII)


7*. Em Sássari, também na Sardenha, o Beato Pacífico Ramáti, presbítero da Ordem dos Menores, que, em plena cruzada de pregação em defesa dos cristãos, partiu ao encontro do Senhor.

(† 1482)


8. Em Agnone, no Molise, região da Itália, São Francisco Carácciolo, presbítero, que, abrasado pelo amor de Deus e do próximo, fundou a Congregação dos Clérigos Regrantes Menores.

(† 1608)


9*. Em Lecce, na Apúlia, também região da Itália, São Filipe Smaldone, presbítero, que se dedicou com ardorosa diligência ao cuidado dos surdos e dos cegos indigentes e à sua formação humana e cristã, fundando com esta finalidade a Congregação das Irmãs Salesianas dos Sagrados Corações.

(† 1923)



10*. Perto de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, os beatos António Zawistowski, presbítero, e Estanislau Starowieyski, mártires, que, durante a guerra, depois de cruéis tormentos suportados no campo de concentração de Dachau, morreram por Cristo.

(† 1942)


11♦. Em Mortara, na Lombardia, região da Itália, o Beato Francisco Pianzola, presbítero da diocese de Vigévano, fundador da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Rainha da Paz.

(† 1943)

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