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Foto do escritorSérgio Fadul / Santos e Beatos Católicos

São Gonçalo de Amarante


Beato Gonçalo do Amarante, Presbítero Dominicano e grande taumaturgo (é chamado de "São Gonçalo do Amarante" em muitos lugares, devido à devoção popular).


O Beato Gonçalo do Amarante (Portugal) ou Gonzalo do Amarante (Espanha) ou, em Latim, Gundisalvus do Amarante, nasceu em Vuzella (perto de Braga ), Portugal, em 1187. Morreu em 1259.


Teve o seu culto aprovado em 1560. Em muitos lugares é chamado de “São Gonçalo do Amarante”, porém, ainda não foi canonizado, apenas beatificado. No entanto, isso em nada afeta a riqueza e a beleza extraordinárias de sua vida. Também não estranhem os leitores que ele seja frequentemente chamado de “São Gonçalo”, pois, em muitos lugares, inclusive em municípios e paróquias no Brasil, ele assim é chamado...


Gonçalo do Amarante foi um verdadeiro filho da Idade Média, um dos homens saído das páginas da "Lenda Dourada". Toda a sua vida se lê como um mural de uma parede de uma igreja cheia de coisas maravilhosas e cores brilhantes.


Ainda jovem, Gonçalo deu indicações de que seria um santo. Concentrou-se nos estudos da Igreja e recebeu treinamento na casa do arcebispo de Braga. Após a sua ordenação, foi dado a ele cuidar de uma paróquia rica e seria um posto que deveria deixá-lo muito feliz, mas ele não estava interessado em paroquianos ricos e assim foi ajoelhar-se aos pés da Virgem Maria, no seu templo favorito, e pedir a ajuda para administrar o seu ofício.


Não houve nenhuma queixa da competência de Gonçalo na paróquia de São Pelágio. Ele se penitenciava, mas era indulgente com aqueles que davam dinheiro para os pobres. As contribuições que recebia para si, ele dava aos pobres e aos doentes.


A paróquia, de fato, estava indo muito bem quando ele a passou para o seu sobrinho. Logo depois ele fez uma peregrinação à Terra Santa e lá queria ficar, mas o arcebispo ordenou que voltasse para Portugal.


Ao chegar, ele ficou horrorizado em ver que seu sobrinho não tinha sido um bom pastor para o seu rebanho. O dinheiro arrecadado para os pobres tinha sido usado para comprar bons estábulos, bons cavalos e cães. O sobrinho disse a todos que seu tio estava morto e que ele tinha sido indicado pastor em seu lugar.


Quando o tio apareceu em cena, furioso e velho, mas muito vivo, o sobrinho não ficou nada feliz. São Gonçalo ficou surpreso e muito triste. O sobrinho ingrato soltou os cães no tio e eles o teriam estraçalhado se os criados não tivessem afastados os cães a tempo de permitir que ele fugisse. Gonçalo decidiu então que ele já tinha tido muito da vida paroquial e foi para as colinas e, em um lugar chamado Amarante, se deparou com uma caverna onde encontrou o que precisava para viver como um eremita e assim viveu em paz por vários anos.


Construiu uma capela para a Santa Virgem e pregava para aqueles que vinham a ele e, em breve, um fluxo de peregrinos ia ao encontro a sua ermida. Mesmo feliz, Gonçalo sentiu que esta não era sua missão na vida e de novo orou para a Santa Virgem que o guiasse. Ela apareceu a ele em uma noite e disse-lhe que entrasse para a Ordem que tinha o costume de começar o Ofício com a "Ave Maria Gratia Plena". E disse-lhe também que esta Ordem lhe era muito querida e que Ela lhe dedicava uma especial proteção.


Gonçalo então saiu à procura da Ordem e, eventualmente, encontrou o convento dos Dominicanos. Ali ele terminou a sua procura e pediu o hábito. O Beato Pedro Gonzales era o superior e logo reconheceu nele um santo e lhe deu o hábito de aspirante.


Gonçalo passou pelo noviciado e foi enviado de volta a Amarante com um companheiro para fundar uma casa da Ordem dos Dominicanos por lá. O povo da vizinhança logo espalhou a noticia que o santo eremita estava de volta. Eles vinham em grupos e pediam-lhe a cura de suas doenças. E ele, milagrosamente, os curava. Um dos vários milagres de Gonçalves foi durante a construção de uma ponte sobre o rio que era muito “bravo” e não permitia que as pessoas do outro lado viessem visitar a ermida no tempo das águas. Não era um bom local para se fazer uma ponte, mas Gonçalo seguiu, segundo ele, diretrizes vindas do céu.


O milagre da balança


Certa vez, durante a construção, ele estava coletando doações e, quando bateu à porta da casa de um homem rico, este disse a ele para procurar na loja a sua esposa com um bilhete que ela daria a ele as moedas de ouro estipuladas no bilhete. São Gonçalo levou o bilhete para a esposa e quando esta o leu passou a rir. O bilhete dizia: "Coloque este bilhete no prato da balança e dê a ele tantas moedas de ouro quanto for necessário para equilibrar a balança". A loja estava cheia de fregueses. Inalterado, Gonçalves disse: "Mulher, obedeça ao seu marido" e colocou o bilhete no prato da balança e disse: "Agora coloque no outro as moedas". A mulher colocou uma, duas e várias moedas até encher o prato e o bilhete ainda pesava mais que as moedas. Quando o prato estava derramando, São Gonçalves disse: "Já chega" e colocando as moedas em um saco, saiu deixando a todos pasmos e estupefatos.


O milagre do tronco e da ponte


Gonçalo morreu em 1259, após profetizar o dia de sua morte e prometendo aos seus amigos que os ajudaria após deixar esta terra.


Peregrinações logo começaram e uma série de milagres indicaram que alguma coisa deveria ser feita para a sua beatificação. Quarenta anos após a sua morte ele apareceu para várias pessoas que estavam no rio observando o nível das águas subir. A água começou a subir de forma perigosa, quase alcançando a ponte, então todos viram uma grande árvore vindo ao encontro a ponte, e viram também o bem-aventurado Gonçalo aparecer montado no tronco e guiar a grande árvore para junto da margem do lado direito onde passou por debaixo da ponte, sem nenhum dano à mesma. Em seguida o nível da água começou, inexplicavelmente, a abaixar.


O Beato Gonçalo é mostrado na Arte Litúrgica da Igreja como um dominicano entre dois franciscanos. Ele ainda é mostrado segurando um chuveiro de luz e um monastério em suas mãos. Às vezes ele é mostrado dando comida aos mendigos.


Este é um “santo” muito venerado em Braga, Portugal e em Amarante, onde ainda estão lá a sua Ermida, a capela e a ponte. No Brasil é padroeiro de várias cidades.


O Mosteiro de São Gonçalo foi edificado no local onde, primitivamente, existiu a capela deste Santo. Durante o período medieval e, sobretudo, após sua morte, seu culto difundiu-se, tendo o seu expoente no século XVI.


Em 1343, já a igreja dita de São Gonçalo, era um pequeno santuário medieval e local de juramento. A doação da Igreja de São Gonçalo para Convento de São Domingos, foi feita pelo Cardeal D. Henrique. A construção do atual Convento, deliberada por D. João III e Dona Catarina, foi iniciada em 1543 e decorreu ao longo de aproximadamente oitenta anos (1543-1620), sendo, por isso, notória a diversidade de estilos.


Sua festa era celebrada no dia 16 de janeiro. Os Dominicanos a celebravam no dia de sua morte, em 10 de janeiro. Com a unificação das festas dos santos em 1969/70, todos os santos tiveram suas festas celebradas no dia de sua morte, assim a festa de São Gonçalo é celebrada no dia 10 de janeiro.


São Gonçalo no Brasil também é chamado padroeiro dos violeiros.


Algumas “curiosidades” sobre o Beato Gonçalo do Amarante:


1. O rio Tamega era muito perigoso, principalmente durante as cheias do inverno, o que dificultava a vida dos moradores e paroquianos de Amarante. Frei Gonçalo resolveu edificar uma ponte, conforme local indicado por um anjo, sempre contando com a graça de Deus e com o trabalho dos moradores da região. Esta obra foi considerada, em sua época, algo impossível. Frei Gonçalo foi o arquiteto desta obra, na qual empregou o melhor de seus esforços. Por este feito, foi eleito o padroeiro dos engenheiros.


2. Num determinado momento de penúria da região, elevou seus olhos a Deus e traçando o sinal da cruz sobre as águas do rio o milagre aconteceu, e uma enorme quantidade de peixes apareceu para saciar a fome de todos por muitos dias.


3. Segundo a tradição, Frei Gonçalo era muito alegre, tocava viola e sua alegria era contagiante. Promovia festas familiares com danças e modas de viola. Vestia-se com roupas dos camponeses e operários da época: calção preso pouco baixo do joelho, meia preta, bota braguesa, chapéu na cabeça e capa nas costas; era essa a roupa de trabalho na construção da ponte.


4. Através de seus bailes familiares, impediu que as jovens fossem trabalhar nos prostíbulos da região para sobreviver, e assim todas conseguiam bons casamentos.


5. Frei Gonçalo tocava e dançava, porém, em seus sapatos colocou pregos como penitência, daí o surgimento da “dança de São Gonçalo”. Ninguém sabia o porquê dele dançar todo torto...


6. Frei Gonçalo sempre promoveu o encontro de jovens, preparando-os para o matrimonio e mostrando a riqueza da santificação na vida conjugal.


É invocado em Portugal e também aqui no Brasil, como padroeiro das mulheres, de todas as idades, que desejam um bom casamento (à semelhança de Santo Antônio de Pádua). Diz uma lenda, que a mulher que tocar o túmulo de São Gonçalo do Amarante, em Portugal, terá casamento garantido, dentro de no máximo, um ano.

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