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Sérgio Fadul / Cruz Terra Santa

São Martiniano


Origens


Martiniano nasceu em Cesaréia, na Palestina, no século IV. Sabe-se que desde criança ele quis dedicar sua vida ao serviço de Deus. Por isso, ainda criança, procurava a oração e o conhecimento da vida cristã. Aos dezoito anos, convicto de sua vocação para a vida religiosa, abraçou o celibato, a pobreza e a obediência ingressando numa comunidade de monges eremitas que ficava perto de Cesaréia. Cada um vivia numa pequena casa muito simples e se reuniam em alguns momentos para rezar. Ali ele viveu por sete anos.


Fama de santidade


O monge Martiniano passou a ser procurado por pessoas que precisavam de conselho e orientação espiritual. Por isso, logo sua fama de sabedoria e santidade se espalhou através daqueles que recebiam seus conselhos e orientações. Muitos testemunhavam, inclusive, a cura de doenças e a libertação dos demônios através da oração de São Martiniano. Assim, sua fama se espalhou por toda a região.


Armadilha


A fama de santidade do monge Martiniano atraiu uma bela jovem cortesã chamada Cloé. Tratava-se de uma mulher muito rica, bonita e cheia de costumes libertinos. A jovem Cloé apostou com seus amigos e amigas que conseguiria fazer o casto Mariniano se perder. Para isso, deixou suas roupas luxuosas e vestiu-se como uma mendiga. Depois, foi à procura de Martiniano e pediu-lhe abrigo. O santo, agindo com caridade, abrigou-a na cela onde ficava e foi para o fundo da casa. Lá, fez suas orações, cantou salmos de louvor e se recolheu para dormir.


O amor de Deus vence a tentação


A jovem Cloé não desistiu da ideia de seduzir Martiniano. Assim, quando o santo adentrou à casa, encontrou-a trajando uma veste toda sensual. Então, ela tentou seduzi-lo através de sua beleza e de argumentos cheios de doçura e encantamento. O monge, porém, percebeu que, por dentro daquele corpo bonito havia uma mulher triste, que sofria por não se sentir verdadeiramente amada e por não ter um sentido de vida. Ele, então, refletiu esta verdade a ela como se fosse um espelho de sua alma. Depois, falou a ela sobre o profundo e insondável amor de Deus, que nos ama por que Ele é amor e não porque mereçamos este amor. Sentindo o toque da graça e percebendo-se amada pelo Pai, Cloé acabou se convertendo. A partir de então, ela ingressou no convento de Santa Paula, na cidade de Belém. Lá, ela viveu o resto de sua vida, santificando-se na vida religiosa.


Martiniano paga o preço


Martiniano, por sua vez, tinha se sentido tentado ao lidar com Cloé. Por isso, decidiu mudar-se para uma ilha. Seu desejo era ficar livre de influências exteriores que pudessem vir a tentá-lo novamente. Porém, aconteceu que, nas águas que circundavam aquela ilha um navio naufragou. Por isso, uma jovem chamada Fotinia, que conseguiu se salvar, chegou à ilha agarrada aos restos do navio, encontrou a casa de São Martiniano e lhe pediu abrigo. Por caridade, ela a abrigou. Porém, para não voltar a sentir a sentir a tentação, decidiu abandonar a ilha nadando, apesar de estar a uma boa distância do continente. A tradição diz que que Deus enviou dois golfinhos que o ajudaram na travessia, fazendo-o chegar em terra firme são e salvo.


Andarilho


Depois deste fato, São Martiniano optou por uma decisão radical. Abriu mão do direito de ter um endereço fixo para nunca mais ter que dar abrigo a alguém. Ele quis evitar a todo custo que voltasse a ser tentado pelo pecado. Por isso, passou a ser um andarilho e a viver da caridade dos outros. Assim viveu o resto de seus dias. São Martiniano faleceu na cidade de Atenas, no ano 400. Ele pressentiu sua morte. Por isso, parou sua caminhada numa igreja da capital grega. Ali, um padre percebeu que ele estava falecendo e ministrou-lhe os sacramentos. E São Martiniano partiu para o céu na serenidade e na paz.


Oração a São Martiniano


“Ó Deus, que destes a São Martiniano a graça de ser fiel à vocação para a qual o chamastes, dando a ele forças para vencer todas as tentações que pudessem desviá-lo do caminho, dai também a nós, por sua intercessão, a graça da fidelidade à nossa vocação e a coerência de vida, por Nosso senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Martiniano, rogai por nós.”



MARTIROLÓGIO ROMANO

13/02


1. Em Atenas, na Grécia, São Martiniano, que tinha sido eremita num lugar próximo de Cesareia da Palestina.

(† c. 398)


2. Em Karden, junto às margens do Mosela, no território de Tréveris, atualmente na Alemanha, São Castor de Aquitânia, presbítero e eremita.

(† s. IV)


3. Em Tódi, na Úmbria, região da Itália, São Benigno, presbítero e mártir.

(† s. IV)


4. Em Lião, na Gália, atualmente na França, Santo Estêvão, bispo.

(† c. 515)


5. Em Riéti, na Sabina, hoje no Lácio, região da Itália, a comemoração de Santo Estêvão, abade, homem de admirável paciência, como escreveu o papa São Gregório Magno.

(† s. VI)


6*. Em Osnabrück, na Saxónia, hoje na Alemanha, São Gosberto, bispo dos Suevos, que, expulso da sua sede durante a perseguição dos pagãos, aceitou o governo da Igreja de Osnabrück.

(† 874)


7*. Em Carcassone, na Gália Narbonense, na atual França, São Guimera ou Gumaro, bispo.

(† c. 931)


8*. Em Lodève, também na Gália Narbonense, São Fulcrano, bispo, insigne na misericórdia para com os pobres e no zelo pelo culto divino.

(† 1006)


9*. Em Meaux, na região de Brie, também na atual França, São Gilberto, bispo.

(† 1009)


10*. Em Ptolemaida, hoje Akko, na Palestina, o passamento do Beato Jordão de Saxónia, presbítero da Ordem dos Pregadores, sucessor e imitador de São Domingos, que propagou com intenso vigor a Ordem e morreu num naufrágio.

(† 1237)


11*. Em Spoleto, na Úmbria, região da Itália, a Beata Agostinha Cammózzi (Cristina Cammózzi), que, depois da morte do esposo, seguiu por algum tempo a concupiscência da carne, mas depois escolheu a vida penitente na Ordem secular de Santo Agostinho, onde se dedicou à oração e ao serviço dos enfermos pobres.

(† 1458)


12*. Em Pádua, na Venécia, hoje na região do Véneto, na Itália, a Beata Eustóquio (Lucrécia Bellíni), virgem da Ordem de São Bento.

(† 1469)


13*. Em Dongjiaochang, localidade próxima da cidade de Lezhi, no Sichuan, província da China, São Paulo Liu Hanzuo, presbítero e mártir, estrangulado por ser cristão.

(† 1818)


14*. Em Thi-Nghè, cidade da Cochinchina, atualmente no Vietnam, São Paulo Lê-Van-Loc, presbítero e mártir, que no tempo do imperador Tu Duc foi degolado às portas da cidade, por confessar a fé em Cristo.

(† 1859)

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