São Silvério
Não há registros exatos sobre a data de nascimento de São Silvério. Nascido em Frosinone, Itália, era filho do Papa Hormisdas, que havia se casado antes de se tornar membro do alto clero.
Silvério entrou para o serviço da Igreja, em abril de 536, após a morte do Papa Agapito. Foi eleito mesmo com o descontentamento de muitos, que não o queriam como Papa, pois, na época, ele era apenas um subdiácono, um ofício religioso considerado muito baixo para ter acesso ao trono de Pedro. Entretanto, o rei Teodato, com uma ameaça, impôs a sua eleição, restando ao clero aceitar apenas.
Uma das maiores opositoras de São Silvério foi Teodora, esposa do imperador oriental Justiniano, partidária dos Monofisistas (doutrina teológica desenvolvida entre o ano 400, pela arquimandrita Eutíquio, que nega a natureza divina de Cristo). Teodora criada para o sucessor de Agapito, seu pupilo Virgílio.
A doutrina Monofisismo, condenada herética pelo Concílio de Calcedônia, em 451, conseguiu encontrar prosélitos por volta dos séculos V e VI, causando uma grande separação de Roma entre as Igrejas Copta, Armênia e Jocobita da Síria.
No decorrer desse conflito, no ponto de vista político, complicava-se a situação na península italiana que, na época, era disputa entre Constantinopla e os invasores Godos. O pontificado de Silvério e toda a esfera religiosa pagavam todo o preço nessa disputa de poderes. O imperador Justiniano acabou por declarar guerra contra os Ostogodos, enviando seu melhor general, Belizário para o combate.
Neste contexto, Teodora ainda travava uma batalha contra Silvério, onde tentava abrandar suas posições em favor de monofisismo. Entretanto, não tendo sucesso, tramou um complô contra Silvério; com uma carta falsa afirmava que o Papa havia permitido a entrada dos Godos em Roma para libertá-los dos Bizantinos. Sem o direito de explicar-se, Silvério foi despojado de suas vestes papais e, vestido como monge, foi levado para Constantinopla. Sem ajuda, acabou sendo deportado para Patara, na Lícia. Em seu lugar, Virgílio tornou-se Papa, mas não foi hostil ao Monofisismo.
Eleito como o 58º Papa da Igreja de Roma, o pontificado de Silvério durou apenas um ano, por causa dessa grande guerra que perdurou por 18 anos.
O Bispo de Patara, pop a inocentar Silvério, apresentado ao imperador provas irrefutáveis que provavam a inocência de Silvério, que obrigaram Justiniano a libertá-lo e mandá-lo de volta para Roma. Porém, Virgílio, para se defender, fez com que o general Belizário prendesse Silvério e o deportasse para a ilha das Pontinas, em Palmarola. Na tentativa de acabar com o cisma entre as Igrejas, neste território, Silvério decidiu abdicar e, em aproximadamente um mês, em 2 de dezembro de 537 faleceu. Foi declarado o santo padroeiro de sua cidade, Frosinone, Itália.
São Silvério, rogai por nós!
MARTIROLÓGIO ROMANO
02/12
1. Comemoração de Santo Habacuc, profeta, que, perante a iniquidade e violência dos homens, anunciou o juízo de Deus, mas também a sua misericórdia, dizendo: «O justo viverá pela sua fé».
2. Em Roma, Santa Bibiana, mártir, a quem o papa São Simplício dedicou uma igreja no Esquilino.
(† data inc.)
3. Também em Roma, no cemitério de Ponciano, junto à Via Portuense, São Piménio, presbítero e mártir.
(† s. III/IV)
4. Em Aquileia, no Friúli, atual região da Itália, São Cromácio, bispo, verdadeiro artífice da paz, que deu remédio às condições dos claustros da Itália destruídos por Alarico e aos sofrimentos dos povos e, explicando sabiamente os mistérios da palavra divina, elevou as almas às realidades celestes.
(† c. 407)
5. Na ilha de Palmarola, na Ligúria, também região da Itália, o passamento de São Silvério, papa e mártir, que, não querendo reabilitar Antimo, bispo herético de Constantinopla deposto pelo seu antecessor Santo Agapito, por ordem da imperatriz Teodora foi privado da sua sede e enviado para o exílio, onde morreu consumido por muitas tribulações.
(† 537)
6*. No mosteiro de Groenendaal, na região de Bruxelas, na atual Bélgica, o Beato João Ruysbroeck, presbítero e cónego regrante, que expôs ensinamentos admiráveis dos vários graus da vida espiritual.
(†1381)
7*. Em Múrcia, na Espanha, a Beata Maria Ângela Astorch, abadessa da Ordem das Clarissas, a qual, muito humilde e dedicada à prática de penitências, dava conforto e bons conselhos, tanto às monjas como aos leigos.
(† 1665)
8*. Em Logiewniki, localidade da Polónia, o Beato Rafael (Melchior Chylinski), presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais, que durante a peste visitava os enfermos de Cracóvia, para os assistir piedosamente e proporcionar-lhes uma digna e cristã morte.
(† 1741)
9♦. Em Manresa, cidade da província de Barcelona, na Espanha, os beatos Jaime Bertino (António Jaime Secases) e Leão Justino (Francisco del Valle Villar), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires, que, durante a violenta perseguição contra a Igreja, em ódio à religião foi conduzido ao glorioso martírio.
(† 1936)
10*. Em Stanislaviv, hoje Ivano-Frankivsk, na Ucrânia, o Beato João Slezyuk, bispo e mártir, que, sob um regime hostil a Deus, exercendo infatigavelmente o seu ministério clandestino entre os fiéis do Rito Bizantino e permanecendo impavidamente fiel a Cristo perante os seus perseguidores, recebeu do Senhor a coroa eterna.
(† 1973)
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