São Tiago da Marca
São Tiago da Marca
Origens
Ele nasceu no ano 1394, em Monteprandone, pertencente à província de Ascoli Piceni, que fica na região de Le Marche (das Marcas), na Itália. Foi batizado com o nome de Domingos Gangali. Ficou órfão desde pequeno. Por isso, um tio assumiu sua educação. Homem de Deus, esse tio, sabiamente, o educou no seguimento de Cristo.
Advogado e franciscano
Domingos estudou na cidade de Perugia. Lá, diplomou-se em Direito Civil, juntamente com outro santo, o famoso João de Capistrano. Depois, decidiu deixar a advocacia para entrar na Ordem Franciscana. Estudou teologia e recebeu a ordenação sacerdotal. Adotou, então, o nome de Tiago, que passou a ser completado com o apelido "da Marcas", por causa de sua origem geográfica.
Discípulo de um santo
Frei Tiago das Marcas foi discípulo de Bernardino de Sena, outro grande santo contemporâneo e também franciscano. Na época, São Bernardino destacava-se como o maior dos pregadores na Igreja. Seguindo o exemplo de seu mestre, Tiago da Marca sentiu-se chamado a dedicar sua vida ao ministério da pregação. Assim, como pregador do Evangelho, ele percorreu vários países da Europa como Itália, Boêmia, Polônia, Bósnia e Hungria. E ele fez isso obedecendo a ordens diretas vindas de Roma.
Fundador itinerante
Frei Tiago da Marca ficava num mesmo lugar somente o tempo necessário para construir um novo mosteiro ou restaurar a observância primeira da Regra Franciscana. Depois, partia, enviado a um novo desafio ou ao cumprimento de uma das difíceis e delicadas missões em nome da Igreja. Os Papas Eugênio IV, Nicolau V e também Calisto III, enviaram-no em várias missões especiais em nome da Igreja.
Firme nas batalhas
Frei Tiago da Marca também atuou nas cruzadas, acompanhando São João de Capistrano, seu colega de estudos, em pregações contra os turcos invasores. Ele foi um dos articuladores da famosa vitória de Belgrado, no ano 1456. Humilde e sincero nos conselhos de Jesus Cristo, ele jamais almejou subir em cargos na Igreja. Tanto que recusou ser aclamado bispo de Milão.
Austeridade
Como Franciscano, Frei Tiago da Marca levava uma vida cheia de austeridade. Vivia entre jejuns e penitências. Devoto de Nossa Senhora de Loreto, pediu a ela a graça de poder pregar as verdades eternas com eficácia. Tal oração foi prontamente atendida, pois, desde então, sua pregação alcançou verdadeiros milagres, tocando os corações e levando a conversões que todos julgavam impossíveis.
Morte
Os severos jejuns que fazia enfraqueceram seu corpo. Por isso, ele chegou a receber a unção dos enfermos por nada menos que seis vezes. Mesmo assim, porém, veio a falecer somente aos 90 anos. Estava ele em Nápoles e, antes de morrer, pediu perdão aos confrades pelo mau exemplo que, julgava ele, tinha sido sua vida. Faleceu em 28 de novembro de 1476. Seus restos mortais foram depositados na igreja de Santa Maria Nova, em Nápoles. Há registro de inúmeros milagres operados pela intercessão de São Tiago da Marca, tanto quanto estava vivo, quanto depois de sua morte. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Bento XIII em 1726.
Oração a São Tiago da Marca
“Ó Deus, fizestes de São Tiago da Marca um grande arauto do Evangelho, para salvação das almas e para chamar os pecadores de volta ao caminho das virtudes; concedei que, por sua intercessão, purificados de todo pecado, alcancemos a vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.”
MARTIROLÓGIO ROMANO
28/11
1. Em Sebaste, na Arménia, hoje Sivas, na Turquia, Santo Irenarco, mártir, que, exercendo o ofício de verdugo, se converteu a Cristo impressionado pela firme perseverança das mulheres cristãs e, no tempo do imperador Diocleciano e do governador Máximo, morreu decapitado.
(† s. IV)
2. Na África Proconsular, no território da atual Líbia e Tunísia, a comemoração dos santos mártires Papiniano, bispo de Vita, e Mansueto, bispo de Urúsi, que, durante a perseguição dos Vândalos, no tempo do rei ariano Genserico, por defender a fé católica foram queimados em todo o seu corpo com lâminas de ferro incandecentes e assim consumaram o seu glorioso combate. No mesmo tempo, também outros santos bispos – Urbano de Girba, Crescente de Bizácio, Habetdeus de Teudáli, Eustrácio de Sufes, Crescónio de Oea, Vicis de Sábatra e Félix de Hadrumeto; depois, no tempo de Hunerico, filho de Genserico, Hortulano de Benefa e Florenciano de Midila – foram exilados e terminaram o curso da sua vida como confessores da fé.
(† c. 453-460)
3. Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, Santo Estêvão o Jovem, monge e mártir, que, no tempo do imperador Constantino Coprónimo, por defender o culto das sagradas imagens foi atormentado com vários suplícios, confirmando a verdade católica com o derramamento do seu sangue.
(† 764)
4*. Perto de Rossano, na Calábria, região da Itália, Santa Teodora, abadessa, discípula de São Nilo o Jovem e mestra de vida monástica.
(† 980)
5. Em Nápoles, na Campânia, também região da Itália, o sepultamento de São Tiago da Marca, presbítero da Ordem dos Menores, ilustre pela sua pregação e austeridade de vida.
(† 1476)
6*. Em York, na Inglaterra, o Beato Jaime Thomson, presbítero e mártir, que, condenado à morte no reinado de Isabel I por ter reconciliado muitas pessoas com a Igreja católica, sofreu o suplício do patíbulo.
(† 1582)
7. No território de Kham Duong, no Anam, hoje no Vietnam, Santo André Tran Van Trong, mártir, que, no tempo do imperador Minh Mang, por se recusar a calcar a cruz, depois de ser encarcerado e suportar cruéis torturas, finalmente foi degolado.
(† 1835)
8*. Em Paracuellos del Jarama, localidade próxima de Madrid, na Espanha, o Beato João Jesus (Mariano Adradas Gonzalo), presbítero, e catorze companheiros[1], mártires, religiosos da Ordem de São João de Deus, que, durante a perseguição religiosa, foram coroados com a gloriosa paixão.
[1] São estes os seus nomes: Guilherme (Vicente Llop Gayá), Clemente Díez Sahagún, Lázaro (João Maria Múgica Goiburu), Martiniano (António Meléndez Sánchez), Pedro Maria Alcalde Negredo, Julião Plazaola Artola, Hilário (António Delgado Vílchez), religiosos professos; Pedro de Alcântara Bernalte Calzado, João Alcalde y Alcalde, Isidoro Martínez Izquierdo, Ângelo Sastre Corporales, noviços; José Mora Velasco, presbítero e postulante; José Ruiz Cuesta, postulante; e Eduardo Baptista Jiménez.
(† 1936)
9♦. Também em Paracuellos del Jarama, os beatos mártires Avelino Rodríguez Alonso, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e dezenove companheiros[2] mártires, que, na mesma perseguição, venceram gloriosamente o seu combate por Cristo.
[2] São estes os seus nomes: Bernardino Álvarez Melcón, Balbino Villaroel Villaroel, Bento Alcalde González, Bento Garnelo Álvarez, Bento Velasco Velasco, Manuel Álvarez Rego de Seves, Sabino Rodrigo Fierro, Samuel Pajares Garcia, Sénen Garcia González, presbíteros da Ordem de Santo Agostinho; João Baldajos Pérez, José Peque Iglésias, Lucínio Ruíz Valtierra, Marcos Pérez Andrés, Marcos Guerrero Prieto, religiosos da Ordem de Santo Agostinho; Anastásio Garzón González, presbítero da Sociedade Salesiana; Justo Juanes Santos e Valentim Gil Arribas, religiosos da Sociedade Salesiana; João Herrero Arroyo e José Prieto Fuentes, religiosos da Ordem dos Pregadores.
(† 1936)
10♦. Também em Paracuellos de Jarama, os beatos Francisco Estevão Lacal e Vicente Blanco Guadilla, presbíteros da Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, e onze companheiros[3], mártires.
[3] São estes os seus nomes: Ângelo Francisco Bocos Hernández, Clemente Rodríguez Tejerían, Daniel Gómez Lucas, Eleutério Prado Villarroel, Gregório Escobar García, José Guerra Andrés, João José Caballero Rodríguez, Justo Gil Pardo, Justo Fernández González, Marcelino Sánchez Fernández e Públio Rodríguez Moslares, religiosos da Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada.
(† 1936)
11*. Em Picadero de Paterna, no território de Valência, também na Espanha, o Beato Luís Campos Górriz, mártir, que, durante a mesma perseguição, coroou com o seu glorioso martírio uma vida fervorosamente dedicada ao apostolado e às obras de caridade.
(† 1936)